Mercado imobiliário cresce 40% a mais que a média brasileira

Cerca de R$ 5,6 milhões foi o arrecadado em vendas desde sexta-feira (14) no Imóvel Fest. O valor superou em 50% as expectativas dos organizadores do evento, que promove a negociação de imóveis com a participação de 18 construtoras e incorporadoras do estado.

Segundo o diretor-executivo da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, essa demanda é surpreendente. “Estamos aumentando o feirão, colocando mais mesas, mais maquetes. Todos os anos, durante o Imóvel Fest, há um aquecimento natural do mercado, mas nunca foi tão forte quanto está sendo agora”, diz. O organizador do evento é otimista: “Se a procura por imóveis vai continuar assim até o fim do ano, não podemos dizer, mas há uma tendência, por já ter começado bem”.

O elevado número de negociações no Imóvel Fest é reflexo da demanda em toda a capital cearense. Segundo dados do Índice FIPE ZAP de Preços de Imóveis Anunciados, o mercado imobiliário em Fortaleza cresceu 1,2% nos dois primeiros meses de 2014. O percentual ficou acima do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), estimado em 0,86% no mesmo período.

Segundo avaliação de Henrique Marinho, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), essa diferença significa que o mercado de imóveis na capital cearense é quase 40% mais aquecido que o do Brasil. “Com o aumento da taxa de juros e o encarecimento do crédito imobiliário, houve certa estabilização no setor em âmbito nacional. Fortaleza, por outro lado, mesmo com o aumento dos preços, ainda tem demanda elevada e muitos investimentos”.

Segundo Marinho, compensa mais comprar imóveis na capital cearense que em outras cidades brasileiras. “Fortaleza tem preços menores que São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Muitos apartamentos na Aldeota e na Beira-Mar, por exemplo, são comprados por pessoas de outros estados, como um segundo investimento”.

Henrique afirma que o fato de Fortaleza ser uma cidade turística aumenta a procura por imóveis. Ele faz a ressalva, no entanto, que a demanda é maior em se tratando de casas e apartamentos.

“O mercado imobiliário continua aquecido no setor residencial, embora mais estável no comercial”, diz.